sábado, 16 de novembro de 2013

Lean na Saúde 2 | Lean Healthcare 2

São vários os hospitais no mundo que tomaram a iniciativa de abordar o Lean para o aumento da eficiência e redução de desperdícios, conseguindo com isso reduções de custos e aumento de tempo centrado nos clientes melhorando o serviço prestado (Matos, 2011).

Hospitais nos Estados Unidos da América como o Montgomery Regional Hospital que aplicaram SMED nas salas cirúrgicas, apresentaram resultados de melhoria na redução de tempos de mudança de caso em 25% no último quadrimestre de 2008 (Glover, Aken, Tech, & Skevington, 2009). A aplicação do VSM para melhorar a qualidade de serviço ao cliente numa pequena clínica em Midwestern, depertou o interesse para uma prestação de serviço que acrescente valor para o cliente (Lummus, Vokurka, & Rodeghiero, 2006).

Na Europa são encontrados casos como o de Bolton Hospital Trust que pretende implementar, à semelhança do Toyota Production System, o Bolton Improving Care System (Figura 8). Este sistema permite obter aumentos de produtividade em vários setores e redução de tempos de espera e transição, querendo alcançar uma abrangência Lean para todo hospital e um maior envolvimento dos colaboradores na implementação Lean (Schenk, 2006).

Figura 8. Bolton Improving Care Hospitals (Schenk, 2006).

No Red Cross Hospital de Beverwijk é implementado o Six Sigma com resultados de redução dos tempos de permanência no hospital, redução dos erros nos formulários de agências externas contratadas pelo hospital com uma poupança de $75000,00 por ano, uniformização nos termos contratuais de pagamento aos fornecedores com uma poupança inicial de $35000,00 no total, redução dos erros das receitas para clientes e seguradoras de 9% para 1% de um total de $250000,00 por ano e uma poupança acima dos $200000,00, redução do número de clientes com administração de antibióticos por via intravenosa com uma poupança de $25000,00 por ano (Matos, 2011). Neste hospital foram implementados 17 projetos Lean com grande sucesso e existe a vontade de dar continuidade à implementação (Heuvel, Ronald, & Bisgaard, 2005).

Estes são 4 exemplos de muitos hospitais de vários continentes que adotaram a implementação Lean com diferentes ferramentas e em diferentes áreas. Com a pressão económica sobre os hospitais e o prenúncio de redução de efetivos e serviços, mais hospitais adotam soluções Lean nos seus serviços com resultados surpreendentes em poupanças, reduções de tempos, aumentos de eficiência e melhoria da qualidade do serviço prestado ao cliente (Matos, 2011).

Um dos factores que a filosofia nipónica do KAIZEN procurava combater era o tempo consumido pelo funcionamento das máquinas industriais. Transpondo para o sector da saúde podemos ver esta questão no que concerne:
- tempo de espera para o atendimento;
- tempo de espera para o tratamento;
- tempo de internamento;
- tempo para a alta;
- tempo para a consulta de re-avaliação (se aplicável);
- outros exemplos.

Lothar Bildhäuser (Consultor KAIZEN FORUM alemão, 2008) desenvolveu sete passos para ser bem sucedido na redução do tempo gasto:

Passo 1: Formar uma equipa e definir responsabilidades. Dentro da equipa escolher quem monitoriza o tempo gasto, distâncias, problemas, desperdícios e espaço para melhorias.
Passo 2: a primeira transição com registo no tempo actual. Os trabalhadores fazem a sua função.
Passo 3: Análise e melhoria. A timeline mostra a transição completa do processo com registo do tempo e dos passos. Depois a equipa traça um novo mapa com os processos melhorados.
Passo 4: as primeiras melhorias são implementadas assim como as soluções para evitar desperdícios.
Passo 5: Repetição da primeira transição num novo cenário.
Passo 6: Análise e melhoria. Introdução dos procedimentos de instrução. Treino do pessoal.
Passo 7: Quadro de procedimentos para visualização da evolução.

Há muito tempo que entramos na era da globalização. A globalização trouxe a necessidade das empresas possuírem uma actividade global para assegurarem a sua sustentabilidade num mercado de concorrência global.

Desta forma é necessário que as empresas que operam em vários países possuam instrumentos de informação que facultem a comunicação de dados na mesma linguagem. Não é só uma necessidade de afirmar o Inglês como linguagem universal e assim se entendam uns aos outros. Mais do que isso, é necessário uma linguagem standardizada de processos. Isto vai de encontro à Filosofia KAIZEN.

Também nas instituições de Saúde há necessidade de estas operarem segundo os mesmos procedimentos comunicados sob a forma do mesmo tipo de dados facultando assim a interpretação dos mesmos.

Quando falamos em dados sobre a saúde de um determinado doente, mais importante isto se torna. Se a informação sobre uma determinada pessoa for complexa ou de difícil descodificação, mais tempo demorará o seu diagnóstico e posteriormente o seu tratamento. Aumenta-se o tempo investido, multiplicam-se os gastos.

Já existe na Enfermagem um sistema de classificação – CIPE (Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem) que procura igualar a comunicação dentro da classe da Enfermagem abolindo a maioria das barreiras da comunicação. Este sistema permite diminuir os erros de interpretação da informação e facilitar o entendimento da mesma. Os ganhos em saúde são evidentes.

    Mas não só a linguagem tem que ser uniformizada assim como os processos têm que optimizados e executados de igual forma nas várias instituições hospitalares.


    Resumindo, a informação e o trabalho tem que ser uniformizados – organizados. Além ser disso, há que evitar os desperdícios / lixo – muda (palavra japonesa para lixo)

Sem comentários:

Enviar um comentário