Alicerçada em
princípios como a melhoria contínua, a produção Just-in-time (JIT), flexibilidade
da mão-de-obra e redução de desperdícios, foi iniciada pelo engenheiro Taiichi Ohno,
na década de 1950, uma revolução que mudou profundamente o sistema de gestão
nas empresas de fabrico (Ohno 1988).
Deste processo evolutivo, emergiu o chamado paradigma do Lean
Production que se difundiu inicialmente nas indústrias do sector automóvel.
As primeiras iniciativas de extensão de aplicação deram-se entre os anos de 1990
e 2000, quando a sua utilização passou a ser assimilada nos mais variados
sectores (Resende, 2010). O Lean foi originalmente criado e definido
como a eliminação do desperdício (muda), no livro "A Máquina que
Mudou o Mundo" de Womack, Jones e Roos (Womack 1992). Na sequência do
livro “Lean Thinking” muitos casos são retratados, de crises em várias
unidades de negócios com culturas diferentes e de vários continentes (América,
Alemanha, Japão), em diversas indústrias (ferramentas, carros, aviões, etc), de
dimensões variadas, através da abordagem da filosofia Lean (Womack
1996). Nesta filosofia o "valor" é determinado pelo cliente final.
Isto significa identificar o que o cliente está disposto a pagar, o que para ele
cria “valor " (Resende, 2010). Todo o processo de produção e entrega do
produto deve ser examinado e optimizado do ponto de vista do cliente. Portanto,
uma vez definido o "Valor" pode-se explorar o fluxo de valor,
reunindo todas as actividades - tanto com valor acrescentado como sem valor
acrescentado - que são necessárias para trazer o produto ao cliente (da matéria
prima ao produto final) (Rother and Shook 2003; Womack 1996). Em seguida, as
etapas de desperdício têm que ser eliminadas e o fluxo pode ser introduzido nos
restantes processos de valor acrescentado. O conceito de fluxo é fazer peças,
de preferência “one piece flow”, a partir da matéria-prima para produtos
acabados e movê-los para a estação seguinte sem espera de tempo entre eles
(Resende, 2010). É a noção de produzir ao nível da procura do cliente. A
perfeição é atingida quando as pessoas dentro da organização continuam a
melhorar os processos eliminando o desperdícios, reduzindo erros, oferecendo ao
cliente o que ele realmente quer (Womack, 1996).
Corroborada pelo sucesso dos princípios e das soluções lean nas empresas, como a Toyota Motors Corporation, esta filosofia tem sido aplicada em todas as áreas de actividade económica.
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